Sem efeitos: o que eu tenho pra te oferecer muda sob o teu olhar

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Infindável

Sabe, em algum momento você vai se sentir sozinho. Vai ouvir seu telefone tocar algumas vezes, soando como milhares. O velho blues tocando na vitrola ao fundo, alguns papéis espalhados. Vai lembrar com carinho do que fez de bom, de ruim.
Vai sentir que ter a todos é como não ter a ninguém, e que o que fica é aquilo que a gente menos espera, algo que nem deu valor na hora que aconteceu. Vai ver que poderia ter poupado algumas reclamações e liberado mais amor, mais carinho, mais harmonias maiores.
Isso tudo é fórmula, acontece com todo mundo. O difícil é lidar. Tem gente que sorri e cheira pó, tem gente que liga pra mãe, tem gente que fica calada, tem gente que chora. Tem gente que escreve.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Manuscrito

Escrevo sozinho nessas tardes tediosas, olhando o horizonte, vendo montes imaginários, dragões de fogo.
Pessoas eu não chego a ver, mas imagino suas situações.

Leio sozinho os poemas que invento. Enrolo verso por verso até ver tudo consumado, consumido. Minhas frases soltas com o desejo de te iludir.

Passam por mim e vêem um jovem a musicar suas besteiras, coisas que nem ele é capaz de entender.
Como emissor um violão desafinado que vibra ao cantar cada notinha.

Deveria estudar para ser um médico ou policial, contribuir para o mundo.
Mas é assim: as palavras me consomem para que depois eu as consuma uma a uma.