Sem efeitos: o que eu tenho pra te oferecer muda sob o teu olhar

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ensinamentos 2.0

Não zique.
Não pule.
Pule.
Não trepe.
Não volte.
Recomece.
Não ame.
Ame.
Ame.
Me.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sejamos realistas

“Acreditar” tem uma coisa meio fantasiosa, uma coisa mágica entranhada em suas sílabas, como se fosse uma outra dimensão.
A gente só acredita quando é impossível, quando fugiu das nossas mãos.
Todo mundo acredita! E como acredita.
“Eu acredito em um mundo melhor!”
“Eu acredito na cura pro câncer.”
“Eu acredito que ela vá voltar.”
“Eu acredito que esse ano eu paro de fumar.”
“Eu acredito.”
“Eu.”
E esquece de acreditar no simples. E vai deixando o sorriso, o amor, o envolvimento e tudo mais... cada vez mais impossível.
Quanto mais se fala, mais a palavra gruda na sua boca. E o termo “crédito” vai ganhando mais peso.
“Vamos acreditar!” – diz o poeta. E a multidão em polvorosa sequer pensa: “Em quê, meu Deus? Em quê?”. Do que adianta eu, pequenininho, só acreditar em um mundo melhor. Eu não acredito nem em mim.
Parou, galera. Parou, rapaziada. Parou, senhores. Chega! Vamos acreditar na gente, no que nós fazemos. É crédito para dentro mesmo. Uma puta economia.
É difícil acreditar no bom humor? Na maneira simples de mudar ‘um dia’ e não a eternidade? De responder com um sorriso quando a vontade era dar um soco nos córneos.
Não é impossível acreditar no amor. Agora! Acreditar na vida.
Céus, é difícil acreditar em si mesmo? Você conhece seus planos, sua vida, suas mazelas. Coloca logo combustível no que é medíocre e torna grandioso.
Aí todo ano você vai em palestras, lê livros, assiste filmes, escuta no sinal, ou como quer que seja, histórias de pessoas que conseguiram o sucesso. E faz sempre o certo: tenta copiar. Não!
Vamos fazer o seguinte. De plebeu para plebeu. Do estudante universitário para o mundo. Sem ensinamentos.
Dá! Todo mundo sabe que dá. Vamos acreditar no que está próximo de nós. E não esperar que alguém acredite em algo simplesmente revolucionário.
Acreditar...
Acreditar!
Acreditar nada tem a ver com esperar. Acredite se movendo.
E aqui vamos nós a um mundo de mais sorrisos, mais vontade, menos ego e menos babaquice.

Texto original enviado para o projeto "Em que você acredita?"

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Doce. E de novo doce.

Eu precisava de mais
Eu precisava demais
Sorriso diminuto no fundo da lembrança
Sumindo. Indo. Rindo.

Sensação chata de mudança constante
De olhar pra trás sem me reconhecer
Olhar pra frente e nada poder esperar
Ah, esperar.

Ariano, aprenda e esperar
Cansou de esperar aprender
E de esperar
Esperar...

Ah, esperar
É questão de um segundo para você
E do eterno para mim
Do insensato para nós.

É um turbilhão sem vírgulas
Uma vontade que me acomete
E uma palavra que se mete
Sem sequer ser convidada.

Aí o que era certo dá errado
E o que deu errado começa até a parecer certo
Eu vou me lembrando daquele tempo
Da alegria na sua boca, da vontade.

E essa vontade de viver em par
Que coisa absurda! Céus!
Eu nasci sozinho, ó, Deus!
Me desvencilhei de tudo só.

E é esse tal de amor pra cá
Essa irritação pra lá
“Se até o ferro se gasta com o uso
Por que não o amor?”

Ah, porque não usam direito
E exacerbam as vontades
Confundem as verdades
Puritano sou eu. Amor é a dois. Dois!

Acorda, moleque! Me diz o anjinho
Corre e vai dizer a ela! Diz o diabinho
Eu não espero o momento e simplesmente vivo
Comemoro. Ah sim. 17 vezes. Mês a mês.

E aí aquele sorriso diminuto fica aumentado
Enquanto as vírgulas são reticentes
Falta espaço no abraço
E eu só não quero estar só.

E há quem pergunte o porquê
Que estúpido! Digo eu em tom jocoso
Apenas viva e não espere
Apenas ame e não se desespere.

Ah, se eu pudesse aprender comigo
Ah, se eu pudesse. Eu posso
E minha memória vai consumindo cada minuto
E os sonetos ficam cada vez mais longos.

É a vontade insaciável de te querer bem
E o desejo agudo de te pegar no colo
Pôr no bolso tudo o que há de bom em você
E te levar pro resto da minha vida.

E aí, você vem?

terça-feira, 31 de maio de 2011

Saudade tardia

Não que seja mais dolorosa
Muito pelo contrário
Creio que seja sutil e mais leve
Creio que seja silenciosa

Mas hoje sinto que poderia ser melhor
Que te orgulharia com meus passos tortos
Que ouviria meu nome em aumentativo
Em uma voz nordestina e carioca

Não sinto a sua presença
Todo mundo sabe, não sou disso
Mas sinto de quando em vez
Que estou fazendo o certo por sua causa

Quem é exemplo em vida
Não pode deixar de sê-lo em morte
Te falar hoje eu não consigo
Mas em versos imortalizo

A vida vai seguindo em notas breves
E a saudade se delonga diminuta
Há a angústia de uma falta calada
Mas há a alegria de um molde a ser seguido.

Saudades, vô.

sábado, 28 de maio de 2011

Biográfico n

Sou desse tipo incomum, que não se encontra tanto mais.
Não sou negro, nem índio, sequer pardo ou amarelo. Sou branco, da negra e velha-continentista mistura brasileira.
Não sou forte, nem gordo, meu corpo aguenta meu peso, e eu não o de duas carretas.
Não sou gay. Não sou aletrnativo. Não uso roupas coloridas. Aprendi desde cedo que menino gosta de menina. Não vou ganhar a vida levantando bandeiras da moda.
Não escrevo diário, não odeio meus pais, não acho que o importante é fazer número.
Não tomo albumina, creatina, maltodextrina. Não malho, não tiro a camisa para me exibir. Eu tiro as coisas do cérebro para isso.
Não espero uma reação, não vivo de processos, não vivo de conversa. Mas ainda vivo.
Detesto política, reallity-shows, concursos públicos e afins. Minha sina não é achar uma forma de fazer sucesso.
Não dou apelidos, não aperto peitinhos. Não gargalho alto. Enfim, não sei fazer humor atualmente.

Não vais me ver na nota curta do jornal, em processos, ganhando a vida do momento.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mês Quinho

A quem traz o ego em si, como capa de sua vida
Fica mais difícil esconder seus pontos fracos
Ou se é um timorata com verdades construídas
Ou se vive em exposição das próprias incertezas

Rebuscando a fala medonha, fingindo o que não é
Sofrendo por um amor que não soube construir
Esmiuçando seus bolsos atrás de algo que não tem
Comprando em dólares sonhos que não virão

A vida se encaixa em uma ligação sublinhada
Esses somos nós, safando-se dia-a-dia
Saber o que fazer é perigoso
Sem saber fica mais fácil

sábado, 22 de janeiro de 2011

Cordial

A paixão fica sem sentido quando é mais interessante falada do que sentida.

sábado, 15 de janeiro de 2011

[des]construção

A mão da paz é a mesma mão da violência.
Quem chora a miséria também frequenta palácios americanos.
O país tropical vive tragédias hollywoodianas.
A verdade hoje existe e a mentira não se pode refutar.
A crítica é uma arte se não for me atingir.
Quem reclama do capitalismo está embaratinado pela droga do subsistema.
Ser feliz é a tônica, mas o importante é ter do que reclamar.
Amar e odiar a mesma pessoa é fácil.
Viver e não viver ao mesmo tempo também.