Eu precisava de mais
Eu precisava demais
Sorriso diminuto no fundo da lembrança
Sumindo. Indo. Rindo.
Sensação chata de mudança constante
De olhar pra trás sem me reconhecer
Olhar pra frente e nada poder esperar
Ah, esperar.
Ariano, aprenda e esperar
Cansou de esperar aprender
E de esperar
Esperar...
Ah, esperar
É questão de um segundo para você
E do eterno para mim
Do insensato para nós.
É um turbilhão sem vírgulas
Uma vontade que me acomete
E uma palavra que se mete
Sem sequer ser convidada.
Aí o que era certo dá errado
E o que deu errado começa até a parecer certo
Eu vou me lembrando daquele tempo
Da alegria na sua boca, da vontade.
E essa vontade de viver em par
Que coisa absurda! Céus!
Eu nasci sozinho, ó, Deus!
Me desvencilhei de tudo só.
E é esse tal de amor pra cá
Essa irritação pra lá
“Se até o ferro se gasta com o uso
Por que não o amor?”
Ah, porque não usam direito
E exacerbam as vontades
Confundem as verdades
Puritano sou eu. Amor é a dois. Dois!
Acorda, moleque! Me diz o anjinho
Corre e vai dizer a ela! Diz o diabinho
Eu não espero o momento e simplesmente vivo
Comemoro. Ah sim. 17 vezes. Mês a mês.
E aí aquele sorriso diminuto fica aumentado
Enquanto as vírgulas são reticentes
Falta espaço no abraço
E eu só não quero estar só.
E há quem pergunte o porquê
Que estúpido! Digo eu em tom jocoso
Apenas viva e não espere
Apenas ame e não se desespere.
Ah, se eu pudesse aprender comigo
Ah, se eu pudesse. Eu posso
E minha memória vai consumindo cada minuto
E os sonetos ficam cada vez mais longos.
É a vontade insaciável de te querer bem
E o desejo agudo de te pegar no colo
Pôr no bolso tudo o que há de bom em você
E te levar pro resto da minha vida.
E aí, você vem?
Sem efeitos: o que eu tenho pra te oferecer muda sob o teu olhar
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