Sem efeitos: o que eu tenho pra te oferecer muda sob o teu olhar

sábado, 28 de novembro de 2009

Biográfico II

Me divido na sóbria loucura
Mostrando aos poucos o que tenho de bom
Pra não gastar tudo de uma vez

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Capitalismo

Vou pagando por pedacinhos de vida
Pedacinhos de terra
Vendendo minhas incertezas
Pagando pra ver
E pra não ver

Todo amor

Sorri mais um pouquinho
Só mais um pouquinho
Pra eu levar alguma coisa
Que seja levinha

Cerebral

Assim, adiantando cada suspiro
E acelarando os batimentos
Tentando adivinhar as falas
Te beijando por três mil horas
Durante cinco minutinhos

No abrigo inseguro
Na vontade que eu tenho
De não ter mais impulso
Não sei se escrevo mais um pouco
Ou se apago o que eu já fiz

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Imposto

Eu vou datar o nosso amor
E no dia que ele expirar
Não te ligo mais pra cobrar

domingo, 22 de novembro de 2009

A minha vaidade quer

Não sinto falta dos seus toques
Da sua nudez, do seu sorriso

O seu beijo me arrepia as lembranças
Mas por tão pouco tempo
Que nem preciso me mexer

Os seus olhos iluminam os meus sonhos
Mas acordado eu vivo bem

Pediria pra você não ir embora
Porque assim fica difícil de andar
Eu não consigo lidar

O seu apoio do meu lado me fazia belo
E a beleza do seu lado me fazia teu

sábado, 21 de novembro de 2009

Canhoto

Meu bem
Devolve a minha alma
Diferentemente do meu amor
Ela não cabe no seu bolso

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Simpático

Vaguei por nadas. Vaguei pelo distante e óbvio. Ululante. Vascilante.
Não lembrei de você. Nem por um segundo. Ou quase isso.
Mas senti sua pele na minha. Seus lábios no meu pescoço. Senti.
O prazer. Um par de seios. Um corpo sem vultos. Tumulto.
Acontece. Brincar com a minha memória não dá.
Eu sou pouco raciocínio. Muito muscular.

domingo, 15 de novembro de 2009

Guarda-pó

Escondo em capas o que sou
Pra te proteger de algo que não sei
Mostro os monstros e dragões
E escondo os medos
Viro só brasão, inviolável
E o meu eterno passa em segundos
Tempo suficiente pra eu entrar em parafuso
E te mostrar sem querer
Que eu valho menos que você

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Perdão

Doce ilusão que planta no peito
De espinhos, crescente sem água
Domando a tolos todos
Mas de mim, pobre, esqueceu
E saiu desvairada a tentar
Me explicar o que devo fazer
Eu até ia tentar dizer
Quando acabasse meu pendente
Mas virou-se de costas

E o que posso eu fazer
Se estraguei
Sem querer
Seu número peculiar
Meio escondido no olhar
De esvaziar o coração

Arde a verdade e a fadiga do amor
Que pulsa da boca, repulsa do ser
Tentei te ensinar antes de parecer
Que eu olhava o relógio esperando passar
O tempo correndo pra te agradar